Dispensada da Secretaria Especial de Cultura, Jane Silva até se filiou ao Republicamos, mas buscara uma cadeira na Câmara pelo PTB a convite de Roberto Jefferson.

A ex-adjunta da atriz Regina Duarte à frente da Secretaria Especial de Cultura pastora Jane Silva, 58 anos, é candidata a deputada federal por Minas Gerais pelo PTB. Jane se filiou à legenda ungida pelo presidente de honra, Roberto Jefferson, candidato à presidência da República. A candidatura será a primeira empreitada eleitoral de Jane, que é presidente da Comunidade Internacional Brasil & Israel (CIBI).  

A princípio, Jane seria candidata pelo Republicanos, partido ao qual se filiou, em dezembro de 2021, abonada pelo deputado estadual Mauro Tramonte. “Eu faria uma dobradinha com Tramonte. Eu como federal e ele como estadual”, afirma a pastora, que é natural de Sarzedo, na Região Metropolitana. Porém, a cinco dias do fim da janela partidária, a pastora migrou para o PTB. Inclusive, a filiação foi registrada junto à Justiça Eleitoral já no último dia, 2 de abril.

À época, segundo Jane, Jefferson, em prisão domiciliar por suspeita de integrar uma organização criminosa para desestabilizar a democracia, lhe pediu para reconsiderar a filiação. “Tenho um bom relacionamento com o Republicanos, mas o PTB fez uma mudança radical no estatuto: incluiu Deus, família, pátria, vida e liberdade, e resgatou valores judaico-cristãos”, diz a reverenda. 

Ao Aparte, o presidente estadual do Republicanos, deputado federal Gilberto Abramo, reforça que a saída foi uma escolha de Jane. “Sendo candidata, ela escolhe o caminho que quer. Temos que respeitar. À medida que a coisa vai se afunilando, às vezes o candidato acha que neste partido ou naquele outro pode ter mais facilidade. É o processo”, afirma Abramo.

Ainda de acordo com Jane, a médica Nise Yamaguchi (PROS), de quem foi assessora e afirma ser amiga, lhe convenceu a migrar para o PTB. “Quando a doutora Nise ainda estava filiada ao PTB, antes de ir para o PROS, me ligou e perguntou: ‘por que ainda está filiada ao Republicanos? Vai para o PTB’”, conta a candidata, que foi expulsa do plenário do Senado ao criticar o senador Otto Alencar (PSD-BA) quando Nise depôs na CPI da Covid-19.

Quando assessorou Nise, Jane já havia passado pela Secretaria Especial de Cultura. Lá, como adjunta, ela ficou apenas entre janeiro e fevereiro de 2020, quando foi exonerada pelo então ministro do Turismo - ao qual a pasta é subordinada -, Marcelo Álvaro Antônio (PL), por desentendimentos com a própria atriz. Durante o período, Jane chegou a assumir a titularidade da Secretaria Especial de Cultura, já que Regina não havia ainda sido nomeada.

Em novembro de 2018, Jane, à frente da CIBI, levou Regina para Israel, onde concedeu para a atriz o título extraoficial de Embaixadora Extraordinária da Paz no Oriente Médio. A pastora, aliás, é uma defensora da transferência da embaixada do Brasil em Israel de Tel Aviv para Jerusalém. 

Fonte: Por Gabriel Ferreira Borges - O Tempo.