Jornalista
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Política
13/07/2022 às 19:16 - Alexandre Siqueira - Opinião Liberal
Mais um triste dia para a Igreja Católica! Para a infelicidade dos fiéis cristãos, elementos nada elogiáveis fazem parte de uma associação que, em primeiro lugar, nada tem a ver com a Santa Sé, que apenas, e tão somente, tem ciência de sua existência, e muito menos com o Estado do Vaticano. Esta é a CNBB - Conferência Nacional dos Bispos Brasileiros. Portanto, efetivamente, não faz parte da estrutura de poder da Igreja Católica Apostólica Romana, muito menos da hierarquia da igreja.
O representante oficial da Igreja Católica em cada país é o Núncio Apostólico, e no Brasil, Dom Giambattista Diquattro foi nomeado pelo Papa em 2020.
A CNBB é uma entidade associativa de bispos, como existem em vários países, e no Brasil, foi fundada em 1952. Apesar de ter sua própria estrutura, segue, por óbvio, ordenanças cristãs, mas não consegue fugir de sua essência política ideológica. E, sem a menor sombra de dúvida, esse viés é claramente percebido por suas ações políticas.
Recentemente, vimos a Campanha da Fraternidade 2021, capitaneada pela CNBB, mas colorido por um ecumenismo dirigido, ser norteada por uma pastora luterana, ativista, chamada Romi Bencke, que tem em seu currículo uma agenda que defende o aborto (escreveu um artigo intitulado “Laicidade e Direito ao Aborto: intersecções e conexões entre o debate feminista secular e feminista religioso”, com apoio de George Soros, em 2019), e a implantação no PNE (Plano Nacional de Educação) da ideologia de gênero, desde 2015. A autoria do texto-base da Campanha da Fraternidade com o tema “Fraternidade e Diálogo: compromisso de amor” e como lema “Cristo é a nossa paz: do que era dividido, fez uma unidade” é atribuída a Romi, via CONIC (Conselho Nacional das Igrejas Cristãs do Brasil), onde é secretária geral.
Feito esta introdução, vamos à carta pastoral dos bispos do regional leste 3 (Estado do Espírito Santo) publicada pela CNBB do estado, cujo título é: CARTA PASTORAL DOS BISPOS DO REGIONAL LESTE 3 - SOBRE “A MELHOR POLÍTICA”. Assinam a carta, Dom Dario Campos, OFM - Arcebispo Metropolitano de Vitória, Dom Paulo Bosi Dal’Bó - Bispo da Diocese de São Mateus, Dom Luiz Fernando Lisboa - Bispo da Diocese de Cachoeiro do Itapemirim e Dom Lauro Sérgio Versiani Barbosa - Bispo da Diocese de Colatina.
O documento é uma síntese das narrativas que a esquerda insiste em fomentar com fins políticos e eleitoreiros, inclusive, insinuando lições de moral e ética, que não condizem com suas ações, mas, apenas com seus discursos proferidos publicamente. Sob textos religiosos e expressões emocionais, até apelativos, e com aspectos ameaçadores (espiritualmente falando), abordam temas aflitivos à sociedade como a pobreza, “opressão aos fracos” e “maltrato com os necessitados”.
Conseguem extrair de uma crise global, incluindo a inflação e a pandemia (e suas perdas de vida), uma culpa, camuflada em direção ao governo federal, em seus reflexos e impactos contra a população, sob pretensão de atribuir incompetência, insensibilidade e corrupção ao presidente.
Lendo este trecho da carta, pareceu-me retirado de uma matéria publicada por estes jornais militantes: “...criou-se no País um clima de ódio na política que acabou por se converter em ataque aos direitos humanos e das minorias, fazendo aumentar o fundamentalismo religioso, intolerância, racismo, xenofobia, machismo, homofobia e outras formas de preconceito, que muitas vezes se concretizaram em atos de violência, como feminicídio e outros.”
A inspiração da CNBB é fétida!
Explanam, especificamente, sobre ambientalismo (desmatamento, destruição de biomas, além do avanço do garimpo e do agronegócio sobre terras indígenas), segurança e direitos humanos (armamentismo e críticas à polícia), o direito à vida, desde o momento da sua concepção até o seu fim natural (onde estavam no caso da menina de 11 anos em SC?), economia (tentam dissociar política de economia), defesa da democracia (citam regimes ditatoriais), a verdade (falam sobre o uso da mentira, mas se calam sobre a postura da mídia suja), e corrupção (. Nota-se, de forma inconfundível, que o texto elaborado, sabe-se lá por quem, é, em muitos trechos, uma cópia cuspida e escarrada de expressões e discursos comuns de esquerdistas.
A carta é exclusivamente política e pretensiosa no sentido de manipular e influir na decisão dos eleitores. Hoje tem uma direção, mas, carregada por sofismas, sistemática embromação, e bem afeita, a uma mudança de rumo, será fácil transferir, para um lado ou para outro, conforme suas conveniências, suas miras. Lamentável!
Desculpem-me pela insistência na cobrança, mas, ainda aguardo alguma manifestação do atual papa quanto a aprovação do aborto em seu país e dos ataques às igrejas católicas no Chile, e várias outras faltas de manifestações.
A carta, na íntegra:
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