Professor e escritor
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“… Assim, múltiplo e grande, ou melhor, universal é o poder que em geral tem todo o amor, mas aquele que em torno do que é bom se consuma com sabedoria e justiça, entre nós como entre os deuses, é o que tem o máximo poder e toda felicidade nos prepara, pondo-nos em condições de não só, entre nós, mantermos convívio e amizade, como também com os que são mais poderosos que nós, os deuses…! ”
O Banquete – Platão – 354 a C.
Segundo Edgar Morin, no alto dos seus 101 anos, é um antropólogo, sociólogo e filósofo francês judeu, que já deixou escrito: “Existe, atualmente, uma grande rede espontânea de propagação de pensamento complexo”.
Calma.
Não vou falar de política. Dificilmente escrevo sobre política (leia-se politiqueiros, sim a política de partidos no Brasil;
Por quê?
Por óbvio, nós temos um sistema de “bagunça” generalizada na política do Brasil
E depois, “todos são especialistas”.
Logo, atenho-me ao ser humano. Este complexo ser é mais fácil do que falar sobre o que é generalizado e coisificado.
E também tenho um certo nojo de normose.
Por isso, utilizei a frase, acima no início, desta crônica do pensador vivo, francês, Edgar Morin.
Vamos buscar nossos entendimentos e compreensões, como brasileses e humanos. É nisso que precisamos crescer.
O restante será consequência.
Entre nós, também. Pessoas buscam o inexplicável para “tentar” se posicionar como gente. Esquecem os sentimentos mais nobres. Porém os mais fáceis de serem convertidos em ação. Amar é razão. Razão é amar.
Precisamos, em termos de amor, também descobrir que “pensar não dói…”.
Os pequenos fragmentos do dia-a-dia, se juntados, constituem-se em valores primordiais deste “bicho-homem” tão carente de ações essenciais para o seu próprio coração. Com a mania de “juntar”, anotar, guardar, tudo que de bom meus ouvidos percebem, diariamente, pequenos fragmentos se tornam elucidativos do pensamento das pessoas que nos rodeiam.
Algumas convivem rapidamente. Outras estão conosco tanto tempo, no trabalho, na sociedade em geral, que vez por outra dizem coisas, diferentes. Balbuciam frases, que no fundo, tem sentido profundo. Senão para nós, para eles mesmos. Talvez seja a forma encontrada de ir fundo, muito fundo, da busca incansável do próprio “Eu”.
Mas elas vão. Desses acontecimentos fugazes algumas coisas devem ser divulgadas como forma de inteligência deste amável “bicho-homem”.
Muitos destes fragmentos, figurativos, lembram “conselhos” do grande Maquiavelli, em 1492. Usados com imaginação para a decifração de sentimentos e de atitudes entre o bicho-homem, torna-se não manipulativo, mas especulativo. A tendência de explicação sobre as ações, principalmente, entre homem e mulher, já rendeu páginas e páginas, de romances intrigados, de tratados psicanalíticos, de dissertação psicológica, mas, sobretudo, é uma parte da evolução deste ser tão animalmente sofisticado, racional, e ao mesmo tempo tão instintivo.
As formas prazerosas de convivência transformam-se conforme as necessidades sociais. Em nosso tempo, parece, estamos buscando valores mais convincentes na relação do homem com a mulher. Muito mais de sentimento do que simples instinto de macho e fêmea. Muito mais de saber que amor é razão. Racionalizamos mais quando amamos. Pensamos menos quando não amamos. E este “pensar” não é simplesmente na forma de condução sentimental. Transforma-se em lubrificante para os neurônios. Talvez precisemos amar mais. Mas, sobretudo, temos que pensar.
Tenham a certeza, não dói…. Nada. Não tem contraindicações. Dá efeitos colaterais. Isto sim. Mas, sobretudo, não importa como:
Ame. Seja gente.
Pode continuar sendo instintivo, mas racionalmente. Caso contrário terá contraindicações e grandes efeitos colaterais.
Vamos tentar?
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